Houve um tempo em que alfaiate era uma profissão desejada. Precisava-se de anos de trabalho para ganhar prestígio. A tecnologia avança e o século XXI é considerado a potencialização da Revolução Digital, enquanto a globalização aprofunda a economia e a informação. Mas e no futuro? Quais as profissões que vão ou não existir? Quais cursos serão necessários?  

Confira no vídeo o que alunos do ensino médio estão escolhendo para o seu futuro:

Pensando nisso, a ONG Projeto Resgate desenvolve, neste ano, uma iniciativa voltada à reflexão dessas questões. O Think Tank 2018 auxilia os alunos a pensarem nas profissões de 2030. “O grande desafio é sair do modelo tecnicista de que as pessoas precisam aprender blocos de conteúdo para desenvolver habilidades e competências”, afirma o presidente da organização, Mário Sant’Ana.

Alunos e mentores debatem profissões do futuro durante primeira reunião do Projeto Resgate em 2018.

Para Mário, os meios estarão diferentes e os serviços mudarão em 2030. “Nós, do Projeto Resgate, enxergamos as necessidades humanas e queremos reduzir os contrastes socioeconômicos”, explica. O presidente afirma que não faz sentido um ser humano fazer o serviço que uma máquina pode realizar. Por isso, essa pessoa precisa se reinventar e encontrar uma profissão que faça diferença na sociedade.

A economista Anemarie Dalchau acredita que a tecnologia é o fator de produção mais importante desde o século XX para melhorar a produtividade e competitividade da economia global. “Não há como negar que causa desemprego, principalmente entre as pessoas com baixo nível técnico ou de educação. Mas olhando por outro ângulo, também traz novas oportunidades”, defende.

Dados do relatório de avaliação de educação 2015/2017 e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram a situação da procura pelo ensino superior em Joinville e no país.

Um artigo publicado pelo futurista sênior do Instituto DaVinci, Thomas Frey, afirma que a curto e médio prazo, o principal efeito da automação não será necessariamente eliminar os empregos, mas redefini-los.

A economista Anemarie lembra que máquinas podem substituir algumas atividades, mas que sempre haverá um profissional para operá-las. “Estudar, pesquisar e conhecer são dinâmicas que não podem parar simplesmente após uma formatura. É talvez a oportunidade para buscar novos desafios.”Para o sociólogo Belini Meurer, não há como iniciar uma onda de demissões para automatizar as produções. “O capitalismo precisa que haja pessoas trabalhando e recebendo para poder consumir os produtos que esse mesmo capitalismo produz”, afirma.

O caminho para uma empresa alcançar melhor produtividade e competitividade depende tanto de máquinas quanto de pessoas qualificadas. “Haverá, cada vez mais, profissões que aliam tecnologia e mão de obra. Por exemplo, a telemedicina que atua com diagnósticos e tratamentos de alta precisão”, explica Anemarie.

As profissões que existem hoje nem sempre existiram. E as do futuro, quais serão?

Atualmente, a profissão de sapateiro está desaparecendo. Quando se tem um sapato e ele estraga, é de senso comum livrar-se do calçado e comprar um novo na loja mais próxima.

 

Veja a lista de possíveis futuras profissões, criada por Thomas Frey e republicadas no site Vagas.com:

 

1 – Logística avançada: pessoas que irão controlar o estoque e o envio de mercadorias passarão a trabalhar com drones e veículos sem condutor. Incrível, não?

2 – Hacker “do bem”: Essas pessoas poderão trabalhar com empresas privadas. Também existem especulações que haverá um diploma de “Hacker Ético Certificado.”

3 – Estatístico: Aqui o negócio será o de prever os riscos. Um exemplo de trabalho para os estatísticos pode ser na medicina, onde o sucesso de uma ação pode depender das estatísticas.

4 – Epidemiologista: Os especialistas em epidemias vão ficar mais requisitados daqui alguns anos. A causa é boa: ajudar a sociedade driblar os possíveis vírus.

5 – Engenheiro front-end: Esse é o famoso desenvolvedor da internet. Se o mundo tecnológico se desenvolve a cada dia, parece óbvio que as empresas que não manterem uma boa relação com o mundo digital não tenham um futuro muito duradouro.

6 – Químico alimentar: Os empregados dessa área serão responsáveis pela comida do futuro, com muitas dietas saudáveis e novidades gastronômicas!

Reportagem: Liandra Tank e Mariana Costa
Infográfico: Liandra Tank
Foto: Mariana Costa
Conteúdo produzido para o Primeira Pauta Digital | Disciplina Jornalismo Digital, 5ª Fase/2018