Números mais atualizados mostram que a cidade chegou a 5,4 mil desligamentos, um crescimento de 200 demissões a mais que o mês anterior
Em julho, cerca de 5,4 mil pessoas perderam seu emprego em Joinville, devido a pandemia do Covid-19, período em que muitos funcionários estão sendo afastados ou demitidos dos seus trabalhos. Os dados foram divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, e mostram que houve um aumento de 200 desligamentos a mais que no mês de junho, que teve 5,2 mil demissões. O setor de serviços foi o mais prejudicado com 2,6 mil desempregados.
A atendente e repositora Mércia Gumz, que trabalhava em um restaurante, está desempregada desde o dia 19 de março, quando foi afastada do seu emprego por causa da pandemia. “Eu trabalhava há um ano no restaurante, na parte do atendimento e reposição de alimentos. Então, o restaurante teve que fechar, e mesmo reabrindo, o movimento era muito fraco”, desabafa. Ela conta que isso prejudicou sua renda familiar. “As contas atrasaram e eu não consigo ajudar em casa. Isso me afeta bastante psicologicamente.”
Afastamentos no trabalho
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) revelam que 5,8 milhões de pessoas foram afastadas do trabalho por causa do distanciamento social. A maior proporção sendo empregados do setor público sem carteira assinada, com 17,4% empregados do setor público e 14,2% trabalhadores domésticos.
A empregada doméstica Luciana Maria Muehlmann Schwirkowski trabalha em três lugares e também foi afetada pela crise do coronavírus. “Foi cortado um dia da semana, o que resultaria em menos 520 reais do meu salário. Vai ser assim até a pandemia passar”, lamenta. Ela comenta que o seu marido foi afastado de suas funções por três meses e se preocupa com a atual situação. “Tenho medo de ser demitida sempre que a patroa fala em crise. Como não sou registrada, saio sem ter direito a nenhum dinheiro e seguro-desemprego.”
Santa Catarina perde mais de 60 mil empregos em julho
Apesar de registrar um saldo positivo de 10 mil vagas de empregos em julho, após a perda de 107 mil empregos formais nos últimos meses, Santa Catarina ainda apresenta um número alto de desemprego na pandemia do Covid-19. De acordo com dados do Caged foram demitidos mais de 60 mil funcionários.
A sócia na empresa Leplast Embalagens LTDA, Karla Raquel Andruchechen Wiese, afirma que a produção diminuiu muito durante a pandemia do Covid-19, e resultou em uma queda de 40% em junho. “Diminuiu nos meses de março, abril, maio e junho. Março a segunda quinzena parou completamente. Os pedidos foram cancelados e o contas a receber foi suspenso e/ou prorrogado. Por conta disso, foram demitidos cinco funcionários”, explica.
Segundo Karla, a empresa precisou demitir cinco funcionários e 50% foram suspensos com a ajuda do governo e os outros 50% tiveram a carga horária reduzida pela metade. “Após o mês de junho o faturamento retomou com o aquecimento do mercado e todos voltaram ao horário normal. Hoje consegui recontratar 2 funcionários dispensados anteriormente”, comemora.
O Sistema Nacional do Emprego (Sine/SC), por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), divulgou no dia 25 de agosto que possui mais de 3,7 mil vagas de emprego abertas nas diversas áreas em Santa Catarina. Para realizar seu cadastro, o trabalhador pode acessar o site https://empregabrasil.mte.gov.br/ ou aplicativo Sine Fácil. Quem não tiver acesso à internet poderá ligar e agendar um horário para ser atendido.
Repórter: Aline Cristiane dos Santos
Foto: Aline Cristiane dos Santos
Conteúdo produzido para o Primeira Pauta Digital | Disciplina Jornal Laboratório I, 4ª fase/2020.