Número de desaparecidos cresce em Santa Catarina
Mesmo com a quarentena a quantidade de registros já ultrapassa a do ano passado
Em meio a uma pandemia, Santa Catarina contabilizou ao todo 47 pessoas desaparecidas. O número pode parecer baixo, mas em um ano tão atípico como 2020, se comparado com outros, acaba se tornando alto e bem relevante. O total deste ano já é maior que o de 2019 em 17 pessoas e 24 a mais em comparação com 2018.
Os 47 desaparecimentos são divididos em 31 municípios do estado, sendo o de maior ocorrência na capital, que tem ao todo sete pessoas desaparecidas, seguida de Palhoça com quatro, logo depois vem Joinville e São José com três. O caso mais recente foi registrado no dia 20 de setembro em São Francisco do Sul.
De acordo com o delegado, Vinicius Ferreira, da 7ª delegacia de polícia (DP) de Joinville, existem duas formas de desaparecimento, o real e o hipotético. “Casos de pessoas que tem alzheimer, demência, e acabam se perdendo ou os casos de homicídio, em que a pessoa foge, são reais, já os hipotéticos, que não são a maioria, são de pessoas que optam por desaparecer”, afirma.
Mas o que torna essas 47 pessoas desaparecidas tão diferente? A razão é simples, 2020 é um ano marcado por uma coisa: a pandemia da covid-19. Com a quarentena, decorrente deste vírus, poderia se imaginar que o número diminuiria, ou continuaria o mesmo, dado que as pessoas acabaram saindo menos, mas ele acabou crescendo, mostrando que de nada adiantou.
Para o delegado, é difícil fazer uma conexão entre o crescimento dos desaparecidos e a pandemia. “Apesar do aumento em um ano como 2020, não posso dizer que seria diferente sem o covid, mesmo porque as buscas não se tornaram mais difíceis, continuaram da mesma forma.”
Ocorrências
Mesmo com um número alto em 47 pessoas, a lista total de ocorrências acaba sendo maior, pois nela são encontrados todos os tipos de desaparecimentos. Sejam aqueles desde bebês que somem da vista dos pais, até filhos que saem sexta-feira e não dão nenhuma informação.
Vinicius explica que em casos assim, quando os pais, responsáveis ou pessoas do convívio dela, acham que houve o desaparecimento, é necessário utilizar de todas as formas antes de registar um Boletim de Ocorrência (BO). Tentar ligar para a pessoa, perguntar para amigos, divulgar em redes sociais, procurar em hospitais, ligar para um Instituto Médico Legal (IML), o que for necessário.