Práticas Integrativas Complementares completam cinco anos no SUS de Joinville
Sistema Único de Saúde implementou terapias adicionais para atender tanto processos mais básicos, como alguns mais complexos. Só em 2024, atendimentos passam de 22,5 mil
Implantadas em 2019 no Sistema Único de Saúde (SUS) de Joinville, as Práticas Integrativas e Complementares, mais conhecidas como PIC´S, auxiliam no tratamento de pacientes do município. Elas são abordagens terapêuticas implementadas pelo Ministério da Saúde que visam tanto prevenir malefícios à saúde, como promover o bem-estar dos pacientes. Algumas dessas terapias que podem ser encontradas nas unidades de saúde da cidade são ioga, acupuntura, homeopatia, reflexologia, Reiki, dança circular, entre outros. Neste ano, o total de procedimentos individuais dessas práticas realizados nas Unidades Básicas foi de 22.594.
Segundo a enfermeira Célia Diefenback, na Unidade de Saúde Básica de Família (USBF) do Jardim Sofia, existe bastante aceitação da população em relação a essas práticas. O encaminhamento médico para essa atividade é feito na própria USBF, diante de uma avaliação da necessidade de cada caso. São feitos atendimentos desde os mais básicos até alguns complexos, como no caso do atendimento de AVC.
As Práticas Integrativas e Complementares estão em praticamente todos os postos de saúde, mas nem sempre o que tem em uma unidade vai ter em outra, conforme o relato da enfermeira especialista em acupuntura, Fabiane Cherobin. “A população tem que ir a sua unidade de referência e perguntar se tem lá e se ela pode fazer a prática”, explica.
Medicina convencional tem mais validade do que as PIC´S?
Para o médico Bráulio Barbosa, diretor técnico do Hospital Dona Helena, apenas a medicina tradicional cura, pois ela é a única que tem evidência e comprovação científica. “Ela é baseada na ciência e, quando bem aplicada, com pessoas competentes e com tecnologia, ela tem uma condição muito grande de conseguir definir diagnósticos e, obviamente, definir condutas terapêuticas, definir o tratamento da pessoa”, afirma Bráulio.
Já, segundo a médica paliativista Samantha Brandes, “as práticas integrativas têm a proposta de trazer o controle dos sintomas, o alívio desses sintomas, bem como alívio de um sofrimento físico, até mesmo emocional, espiritual, com propostas diferentes, que já são super reconhecidas, que já está muito mais acordada há mais de dez anos.” A doutora Samantha acredita que essa forma de tratamento tem um olhar mais humano, pois ela “aproxima, integra, deixa o paciente mais próximo, acolhe.”
De acordo com o médico homeopata Jorge Mello, o olhar na medicina tradicional é fatiado, ou seja, recorta o ser humano como pedaços. Para ele, “na homeopatia, ou mesmo acupuntura,, ou outras práticas, você procura ver como é que essa pessoa está inserida no mundo, então o olhar é mais humano.”
Pacientes relatam melhoras com as PIC´S
A ajudante de cozinha Marinalva Silva afirma que teve problemas nas mãos e nos braços e que foi afastada pelo INSS. Ela alega que depois que começou a ser atendida na reflexologia seu problema melhorou consideravelmente. Marinalva diz que continua fazendo a terapia e que recomenda para outras pessoas. “Eu gosto demais. E eu indico para muita gente.”, comenta.
O mesmo aconteceu com o aposentado Waldemar Freitas. Ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi encaminhado para tratamento com acupuntura. Waldemar declara que teve uma melhora com o tratamento, que o ajudou a andar. O paciente também recomenda a acupuntura para outras pessoas. Segundo Waldemar, “é muito bom. Levanta as pessoas.”
PIC´S permitiram viver em busca de um futuro melhor
A aposentada Dolores Pabst pratica ioga desde a fundação do programa, em 2019. Ela afirma que buscou a unidade de saúde por querer mudar de vidar e por entender que a ioga é um benefício para o corpo. Segundo ela, a atividade trouxe uma melhoria de vida “na agilidade, na hora de caminhar. É bem melhor pra caminhar, porque eu andava meio travada.”