
25 de Agosto: 65 anos de história e tradição em Joinville
25 de agosto de 1960, essa foi a data escolhida para a fundação de um clube novo em Joinville. Após membros do Arsenal FC, clube do bairro Santo Antônio, ficarem insatisfeitos com a gestão administrativa da equipe, foi decidido que seria fundado um novo clube, batizado de Grêmio Esportivo 25 de Agosto, nome dado pelo próprio fundador, Oscar Schneider, em homenagem à data de criação.
De início, não possuía lugar definido, nem para jogar futebol, quanto para fazer simples reuniões semanais. Até 1967, a sede se estabelecia no salão de Afonso Vôos, que ficava localizado na Rua Dona Francisca. Neste período o clube conseguiu seu primeiro campo de futebol. Após ser eleito em 1962, Rolf Klemke, a pedido de seu pai, transformou as terras que possuíam na Rua Iguaçu para que a equipe pudesse jogar oficialmente. Foi então que em 16 de junho de 1963, o estádio Otto Klemke foi inaugurado, sendo adquirido em 1966. Um ano antes, em 1965, outra marca para a equipe, a filiação na Liga Joinvilense de Futebol (LJF). Onde em sua primeira participação no futebol joinvilense, já se sagraria campeão da Segundona.
Ao longo dos anos, o 25 de Agosto passou por mudanças, como sua primeira sede em 1967, uma construção de madeira em um chão batido. Um ano depois, em 1968, o tiro ao alvo foi introduzido, assim como as instalações de luz e água, além da festa Tiro-Rei. Nos anos 1970, a “modernização” chegou ao clube. Em 1977, chegava os bailes de discoteca, todos os domingos, e, em 1979, a primeira linha telefônica. No início dos anos 1980, o bailão ganhava forma, e o principal show apresentado era da dupla Júnior e Júlio. Ao longo dos anos, expansões territoriais foram acontecendo, como a compra de mais de 1.200 metros quadrados, em 85.
No futebol, o Clube 25 de Agosto construiu uma trajetória marcante. Conquistou o tricampeonato da Segunda Divisão da LJF e, em 1990, alcançou o título histórico da Primeirona. “No tempo em que meu pai era diretor de futebol, o 25 foi campeão da Primeirona. Eu era pequeno e acompanhava os jogos em campos sem alambrado. Muitas vezes a bola saía longe e eu, como gandula, tinha que buscá-la atrás da trave do 25”, recorda Jean Helfenberger, jornalista que cresceu dentro do clube, onde atuou como atleta e também seguiu os passos do pai na direção do Grêmio.
O auge viria na virada do século: entre 1999 e 2003, o 25 de Agosto conquistou o tricampeonato da Liga Joinvilense, consolidando seu nome no futebol amador da cidade. Em 2007, no entanto, a diretoria decidiu encerrar a participação no futebol adulto, alegando a “inflação do futebol”, e passou a priorizar competições de base e modalidades como a bocha e os jogos de mesa.

Sucesso na base e mudança para o cinquentão
Com o foco na base, e não mais no principal, o 25 de Agosto conseguiu reconhecimento com facilidade, com o objetivo de trazer o lazer para as crianças. Uma das pessoas que esteve à frente do projeto foi Jean Helfenberger, se tornando o treinador em diferentes categorias. “Em 2007 voltei ao clube para ajudar nas escolinhas, trabalhando por um ano como auxiliar do Seu Nalo. No ano seguinte assumi o Sub-11 e conquistei o título citadino de forma invicta, com triunfo sobre o JEC na final. Depois fui campeão do citadino Sub-12 e no Sub-14.” No projeto, surgiram nomes que acabaram chegando ao profissional, como é o caso de André Baumer, Gustavo Brandenburg, Júnior Sutil e Felipe Liniker.
Hoje, o clube disputa apenas duas categorias, a categoria de Veteranos, que já está há 40 anos, e o Cinquentão, que está ativo desde 2004. Este último tem apenas uma regra, possuir pelo menos 50 anos. Em 2024, a equipe venceu o Tamandaré e sagrou-se campeão do torneio. “O Cinquentão do 25 nasceu da vontade de trazer organização, respeito e amizade para o futebol amador. Em quatro anos já chegamos a três finais, conquistamos dois vice-campeonatos e o título em 2024. Este ano estamos novamente no mata-mata, brigando por mais uma conquista. O nosso diferencial é a gestão coletiva, o apoio da diretoria e, principalmente, o ambiente de família: queremos que atletas tragam esposas, filhos, pais e amigos para os domingos no clube. Mais do que futebol, o 25 de Agosto é convivência e união”, afirma Tony, mentor da equipe.
Bocha como uma alternativa que vem trazendo resultado
Implementado em 1995, a bocha foi responsável por trazer uma nova visão ao 25 de Agosto. Em 2015, Ricardo Sarturi, popularmente conhecido como Morceguinho, assumiu a parte do bar do clube, e trouxe às quintas-feiras, o famoso torneio semanal, que, em média, traz 20 duplas para disputar o prêmio. “Para mim, foi um privilégio ser convidado pelo saudoso Vilmar Steil para assumir o bar do 25 de Agosto. O clube tem uma história marcada pela danceteria, pelo tiro e pelo seu futebol. Mas, tive a dura missão de resgatar um esporte vivido por veteranos, mas quase esquecido: a bocha. Com dedicação, conseguimos criar um torneio semanal que hoje é reconhecido em toda Joinville, reunindo veteranos e novas gerações em torno desse esporte. Agradeço ao 25 pela oportunidade de levar a bocha junto à história do clube”, diz Ricardo.
Em 2024, sob a responsabilidade de Joelcio Dalcim, conhecido no clube como Pelé, o 25 participou do primeiro Citadino de Bocha de Joinville. “Lidero a bocha desde 2017, quando o ecônomo Morcego deixou a função, e é muito gratificante ver a evolução da equipe. Hoje contamos com 10 atletas, patrocinadores exclusivos e presença ativa nas redes sociais. Em 2024 conquistamos o terceiro lugar no Citadino e, neste ano, já estamos classificados para o mata-mata. Agora, nosso objetivo é chegar à final e colher os frutos de todo o trabalho iniciado lá atrás.”, comenta Pelé.

Créditos: Raulino Dalcim
Aos 65 anos, o 25 de Agosto segue como muito mais que um clube esportivo: é um espaço de memória, convivência e união entre gerações. Entre troféus no futebol, a força da bocha e a tradição das festas, o Grêmio se mantém vivo no coração da comunidade joinvilense, renovando laços e reafirmando sua importância como patrimônio social e esportivo da cidade.