Basquete Joinville/AABJ busca permanência na liga nacional
A Associação dos Amigos do Basquete de Joinville (AABJ) iniciou no dia 15 de outubro a caminhada para a temporada 2018/2019 no Novo Basquete Brasil (NBB) contra o Botafogo/RJ, no ginásio Oscar Zelaya. O duelo, que ocorreu na cidade de Rio de Janeiro, terminou com a estreia vitoriosa da equipe catarinense pelo placar de 64 a 62 e deu início a um novo ciclo na equipe. Esta partida foi marcado pela primeira exibição de reforços e do técnico Daniel Lazier, ex-Curitiba Basquete, que chegou a quatro dias da estreia.
Além da estreia, outros dois confrontos ocorreram no estado fluminense, nos dias 17 e 19 de outubro, respectivamente, os joinvilenses enfrentaram o Flamengo e o Vasco, mas foram derrotados pela equipe rubro negra por 76 a 75, com uma cesta de três pontos nos últimos segundos. Contra o time vascaíno, saiu vencedor por 74 a 66.
No primeiro desafio com a presença da torcida, o Joinville enfrentou o Pinheiros/SP, no Centreventos Cau Hansen. Com 922 espectadores, acabou derrotado por 87 a 66.
Em seu quinto desafio, os catarinenses atuaram fora de casa, mas perderam para o Minas pelo placar de 85 a 73. No último dia 1º de novembro, a equipe recebeu o Corinthians e saiu derrotada por 98 a 72. A grupo ainda enfrentou o Basquete Cearense, no dia 7, e venceu por 72 a 69, fechando os sete primeiros jogos, de 26 que disputará na competição, com 3 vitórias, 4 derrotas e a média de 71 pontos por partida.
O Basquete Joinville é uma paixão antiga do povo joinvilense. Na temporada do primeiro NBB (2008/2009), a equipe atingiu a histórica quarta colocação, perdendo as semifinais para o campeão Flamengo. Com destaques para o pivô Shilton, ídolo da torcida tricolor, que registrou em média 12 rebotes por jogo, e para o armador Manteguinha, com 18 pontos por partida, segundo dados do site da Liga Nacional de Basquete (LNB)
Após a última temporada disputada pelo Joinville em 2012/2013, a equipe retornou à Liga Ouro em 2017, segunda divisão do basquete nacional, terminando a competição em segundo lugar e teve o acesso para a divisão principal. No NBB 10, a equipe acabou a competição em 13° lugar, permanecendo na competição para a próxima temporada.
Para o diretor técnico do Joinville, Kelvin Nunes Soares, 52, o NBB requer um orçamento alto. É necessário ter patrocinadores e apoiadores para fazer o planejamento financeiro e montar o elenco. Atualmente, o Basquete Joinville conta com seis patrocinadores e com cerca de 13 empresas apoiadoras que complementam a renda da equipe.
A Prefeitura de Joinville também apoia o clube, oferecendo a estrutura física para os treinamentos e competições que acontecem no Centreventos Cau Hansen. “A Liga Nacional contribui com o apoio logístico, através de uma cota de passagens aéreas e pagamento de 50% da taxa de arbitragem”, afirma Soares.
Com a falta de investimentos, comparado com fortes equipes financeiramente no país, o colunista do blog esportivo Replay Joinville, Vitor Forcellini, 27, conta que os jogadores de base são importantes, e o tricolor usa bastante destes talentos, mas que no momento o time poderia buscar jogadores para reforçar o atual elenco. O diretor do Joinville comenta que a maior parte do elenco é composta por jovens revelados na cidade, como os irmãos Felipe e Lucas Vezaro, destaques da equipe, o armador Jefferson Socas e o ala Weihermann. “Com tudo, contratar jogadores é fundamental para tornar a equipe mais competitiva e ter peças-chaves em determinadas posições”, acredita.
O torcedor Guilherme Luiz Mendes, estudante, 22, diz que frequenta os jogos do Joinville desde 2017, quando a equipe retornou para as disputas do NBB. “Comecei a acompanhar a NBA (Competição de basquete norte-americana) com os amigos da faculdade, me interessei no esporte e vi que aqui na cidade o basquete estava montando a equipe para o nacional, achei interessante e comecei a acompanhar o time”, declara. Ele ressalta ainda que é importante esse crescimento para o próprio estado e também para a evolução do esporte no país.
Segundo Soares, objetivo principal da equipe na temporada é permanecer na competição e, se possível, buscar uma vaga para o mata-mata. Além disto, a equipe sonha conquistar o título do campeonato estadual. Para Forcellini, dentro de quadra a luta é para não cair e assegurar a permanência, mas afirma que o ínicio da equipe é animador, com um elenco jovem e que está mostrando potencial. “Neste ano, já conquistamos o JASC (Jogos Abertos de Santa Catarina) e a Copa SC”, comemora o diretor.
A história do basquete no Brasil
O basquete chegou ao Brasil em 1892, trazido pelo norte-americano Auguste Shaw, professor no Mackenzie College de São Paulo. O esporte conquistou o coração das mulheres em pouco tempo, mas o forte machismo e preconceito na época gerou desconfiança nos homens e perdeu espaço para o futebol, que chegava ao país no ano de 1894, segundo o site da Confederação Brasileira de Basquete.
Com o tempo, Shaw foi driblando a desconfiança e como uma cesta de três pontos, ganhou do preconceito e montou a primeira equipe masculina do país na cidade de São Paulo em 1896. Já em 1915, as regras do basquete começaram ser traduzidas do inglês ao português e no mesmo ano a Associação Cristã dos Moços (ACM) criou a primeira competição de basquete da América do Sul.
Em 1916, o Clube de Regatas do Flamengo venceu a primeira competição oficial do país. Com o decorrer dos anos, a primeira seleção brasileira de basquete masculina foi convocada em 1922 e consagrou-se campeã dos Jogos Latino-Americano em cima da Argentina e Uruguai.
A Federação Brasileira de Basketball nasceu em dezembro de 1933 e a partir de 1941 passou a ser reconhecida como Confederação Brasileira de Basquete.
Por: Vitor Mira
Foto: Vitor Forcellini/Replay Joinville
Conteúdo original do Primeira Pauta Impresso, edição 143.