Covid-19: proliferação do vírus e os impactos no meio ambiente
Pandemia afetou vários países no mundo e, com isso, acarretou em diversas mudanças, inclusive na fauna e na flora
O mundo vem sofrendo há anos com questões climáticas, aquecimento global, derretimento de geleiras, poluição, entre outros, e não se acha uma alternativa para mudar essa perspectiva. Com o surto de Covid-19, o mundo obrigou-se a parar e a fauna e flora sofreram diversas mudanças.
Segundo o biólogo Paulo Ivo Koehntopp, mudanças climáticas podem acabar gerando fenômenos atmosféricos mais intensos. Paulo ressalta que, por se tratar de uma nova dinâmica, fenômenos inesperados podem acontecer.
Na China, epicentro do novo coronavírus, a emissão de dióxido de carbono despencou 25% entre janeiro e fevereiro. Nesse período, 40 milhões de pessoas estavam em isolamento social. Com a quarentena, diversas fábricas diminuíram ou cessaram os trabalhos e isso acarretou a diminuição evidente do dióxido. Esse fato ficou muito claro nas imagens divulgadas pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), em que se pode enxergar o encolhimento da massa de dióxido de carbono que cercava o país.
Os cientistas da Agência Espacial Norte-americana (Nasa) disseram que a redução ocorreu primeiramente em Wuhan, a primeira cidade a identificar um paciente com Covid-19, e depois se espalhou pelo país.
Segundo Fei Liu, pesquisador de qualidade do ar, do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, é a primeira vez que ele observa uma queda tão dramática em uma área tão ampla por um evento específico. Ele cita a crise de 2008 para falar de um declínio da emissão de dióxido de carbono, mas ressalta que foi mais gradual.
Segundo especialistas, o maior medo é a retomada das atividades. Por conta de desejar retomar a economia e querer muito mais demanda de fábricas, os benefícios alcançados podem ser todos perdidos se não houver uma conscientização por parte da população e dos setores de fiscalização. O que pode fazer os índices voltarem para os mesmos números ou até piorarem.
Na Europa, mais especificamente na Itália, um fato que surpreendeu a todos foi o famoso canal de Veneza. Além de questões de poluição do canal, outro fator que influencia é a circulação de barcos. Com uma circulação bem inferior do que a normal, as águas do canal ficaram transparentes, o que fez com que os moradores pudessem observar espécies que há muitos anos não eram vistas. Golfinhos, cisnes e cardumes de peixes foram flagrados nadando por ali, o que não ocorria há muito tempo no local. No norte do país, local mais afetado pela Covid-19, os índices de dióxido de nitrogênio caíram 40 % em semanas.
Gerente de missão da ESA Copernicus Sentinel-5P, Claus Zehner, declarou em um comunicado que o declínio nas emissões de dióxido de nitrogênio sobre o norte da Itália é particularmente evidente. A inalação do dióxido de nitrogênio pode aumentar o risco de asma, irritação e inflamação dos pulmões.
Venice hasn't seen clear canal water in a very long time. Dolphins showing up too. Nature just hit the reset button on us pic.twitter.com/RzqOq8ftCj
— Luca (@lucadb) March 17, 2020
Dicas para ajudar com o Meio Ambiente na pandemia e pós-pandemia
- Economize água: com todo mundo em casa, sabe-se que o consumo de água aumentou bastante. Então, tenha consciência. Não lave calçadas, carros, reutilize a água da máquina de lavar, procure não desperdiçar. E isso vale para o período pós-pandemia. Não use água sem controle, a água é um recurso natural e pode acabar.
- Cultive áreas verdes: sabe aquela história de que não pode passar pela sua vida sem plantar uma árvore? Pois então, além de plantar a sua árvore, procure manter áreas verdes para que o ar que respira seja mais puro, e consequentemente sua saúde seja melhor.
- Economize energia elétrica: a energia elétrica é além de tema ambiental traz também questões econômicas. Então, sempre que sair de um ambiente, desligue as luzes, os aparelhos que são desnecessários e procure economizar na hora do banho. Seu bolso e o planeta agradecem.
- Sacos plásticos: use sacolas ecológicas quando for ao supermercado. Além de ser uma ajuda ao planeta, pois consome menos plástico, também é uma maneira mais segura de transportar o seu alimento. Várias pessoas colocam as mãos nas sacolas do supermercado, as sacolas ecológicas são individuais e trazem menor contato com superfícies que outras pessoas tocaram.
- Separe o lixo: Além de separar o lixo reciclável do orgânico, também é muito importante separar o lixo de pessoas contaminadas pela Covid-19. Embale esse lixo em um material bem isolado e, se puder, coloque alguma especificação no recipiente para que não contamine mais pessoas.
Fauna e flora joinvilense
De acordo com o biólogo e responsável técnico pelo Instituto Comar – Conservação Marinha do Brasil, Johnatas Adelir Alves, as ameaças à biodiversidade de Joinville estão ligadas a densidade demográfica da região. Visto que, originalmente quando derrubamos florestas para construir a cidade, eliminamos junto várias espécies, pois a vegetação era a base para toda a fauna que vivia aqui.
Joinville tornou-se um polo industrial e isso acelerou o crescimento populacional e nada sustentável da região, o que acaba gerando problemas socioambientais. Segundo Johnatas, o uso desordenado dos recursos naturais potencializa a escassez e degradação de diferentes ambientes Aliado a isso, a falta de informação e consciência da população agrava cada vez mais esta situação, comprometendo a qualidade de vida das pessoas e causando o colapso do meio ambiente.
O biólogo também cita alguma espécies da cidade que estão ameaçadas de extinção. Na flora, alguns exemplos são o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), o palmiteiro (Euterpe edulis), o xaxim (Dicksonia sellowiana), imbuia (Ocotea porosa) e as canelas preta (Ocotea catharinensis) e sassafrás (Ocotea odorífera). Já na fauna, algumas espécies correm risco de extinção devido a destruição de seu habitat natural, como, por exemplo, o Pitu (Macrobrachium carcinus) que é um camarão de água doce, espécie ameaçada principalmente pela destruição da Mata Atlântica, o Guará (Eudocimus ruber), uma ave de cor vermelha, essa espécie sofre com a destruição do mangue. Também existem exemplos que são capturados para depois serem vendidos como animais de estimação, como o caso dos papagaios. Além de aves que são caçadas para consumo de sua carne, como a jacutinga (Aburria jacutinga) e o Macuco (Tinamus solitarius).
Além de todos esses problemas, um outro perigo para o meio ambiente é o descarte incorreto dos resíduos. Uma sociedade que não se preocupa com o seu lixo, elimina em locais errados e sem se preocupar com a separação. A frase pode até ser clichê, mas quando for jogar algo fora, repense, pois não existe “fora”.
Reportagem: Ana Rubi e Julia Venturi
Foto de capa: Mauro Artur Schlieck
Conteúdo produzido para o Primeira Pauta Digital | Disciplina Jornal Laboratório II, 7ª fase/2020.