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14 DE DEZEMBRO DE 2024
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14 DE DEZEMBRO DE 2025
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) enfrenta uma verdadeira saga no combate à pirataria de TVs pagas e conteúdos audiovisuais, como streaming e pay-per-views. Pensando nisso, a agência reguladora vem promovendo workshops e hackathons (maratona de programação na qual hackers se reúnem para desenvolver projetos), a fim de criar soluções para bloquear a troca de dados de dispositivos não homologados.
O último evento foi realizado nos dias 28 e 29 de setembro e atraiu cerca de 140 inscrições, incluindo estudantes, desenvolvedores e profissionais de provedores de internet. Os participantes precisavam ter conhecimentos ou experiência em redes de computadores, infraestrutura e hardware, Android (sistema operacional comum nos TV boxes) e Pentest (testes que analisam o grau de segurança em sistemas operacionais), entre outros requisitos. Sem divulgar quais soluções foram apresentadas, a comissão julgadora elegeu três equipes vencedoras, com prêmios de R$ 7 mil para o primeiro colocado, R$ 3 mil para o segundo e R$ 2 mil para o terceiro. “A Agência vai usar o resultado produzido pelas equipes para melhorar nossos processos de certificação, nossos processos de fiscalização e apoiar a economia brasileira”, relatou Vinicius Caram, superintendente de Outorga e Recursos à Prestação.
Segundo a Anatel, em 2023, 4 mil servidores de TV boxes ilegais foram derrubados, e seu Plano de Ação e Combate à Pirataria é referência internacional.
Com a proliferação das plataformas de streaming e seus milhares de conteúdos segregados por marca, assim como a migração de coberturas esportivas para essas empresas — o que antes era privilégio das chamadas mídias hegemônicas via TV aberta — surge também uma vasta oferta de aparelhos que conseguem homogeneizar tudo em um único dispositivo. É assim que nasce o TV box.
Uma TV box, também conhecida como set-top box, é um dispositivo que transforma uma TV comum em uma Smart TV, permitindo o acesso a serviços de streaming e internet. Quem não tem uma Smart TV pode adquirir esses dispositivos, conectá-los a um sinal de internet e acoplá-los a uma TV via cabo HDMI ou extensores que convertem o sinal digital online para o padrão analógico da TV convencional. O Fire TV Stick, da Amazon, é um exemplo de TV box. Há também produtos legalizados, como Apple TV, Chromecast, Mi Box e Roku Express, cada um com seu sistema operacional próprio. A Anatel disponibiliza em seu site uma lista completa dos dispositivos homologados.
Embora a TV box não tenha surgido da ilegalidade, passou a ser alvo de hackers que comercializam o dispositivo liberando acesso a todo e qualquer conteúdo, de forma ilegal, mediante a pagamentos únicos ou mensalidades bem abaixo dos praticados pelas plataformas de streaming e TV a cabo. A aquisição desses dispositivos não homologados, junto a uma simples conexão à internet, permite que o consumidor desfrute de múltiplos canais por preços acessíveis, mas o expõe a ataques cibernéticos e o envolve em crimes contra a Lei dos Direitos Autorais (9.610/1998) e a Lei Geral de Telecomunicações (9.472/1997).
A agência reguladora orienta os consumidores a verificarem se o produto possui a etiqueta da Anatel e o número de certificação antes da compra. Outra forma de identificar irregularidades é observar se, ao ligar o dispositivo, ele permite acesso a assinaturas pagas sem custos adicionais.
Os aparelhos de TV ilegais, conhecidos como “Gatonets”, estão cada dia mais populares. De acordo com levantamento realizado pelo Primeira Pauta, 48% dos entrevistados afirmam possuir um aparelho.
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Entre os usuários que afirmaram possuir um aparelho ilegal, os principais motivos apontados pela preferência destes aparelhos ao invés de um serviço legalizado, foram preço, variedade de canais e facilidade de acesso. O levantamento também mostrou que mais da metade dos entrevistados não considera o uso de aparelhos de TV ilegais uma prática de corrupção.
Entre os tipos de conteúdo mais consumidos, o mais comum são filmes e séries, seguidos por esportes e por fim, canais de TV por assinatura. Outro aspecto que justifica a popularidade destes aparelhos, é que cerca de 70% dos entrevistados afirmaram que sua principal opção de lazer é assistir à televisão.
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Os altos preços cobrados pelas provedoras, insatisfação com a qualidade dos serviços e a indicação de pessoas próximas motivam cada vez mais os consumidores a optarem pelos serviços das TV Boxes ilegais. “Pagava serviços legalizados por anos, mas os valores eram absurdos e não me ofereciam nem 1% do que a TV Box disponibiliza”, conta um consumidor que pediu anonimato. Para ele, o aparelho ilegal tornou-se uma solução acessível para acompanhar sua programação favorita, especialmente jogos de futebol. “Meu interesse principal é assistir partidas. Antes, era quase impossível pagar por pacotes que incluíssem tudo o que eu queria”, explica.
A economia é outro ponto destacado. “Eu gastava doze vezes mais com o serviço regular. Ficar preso a esses custos era insustentável”, acrescenta. A decisão de migrar para o aparelho foi influenciada também pelo comportamento de pessoas próximas. “Aguentei muito tempo, mas a maioria das pessoas que eu conhecia já tinha mudado para a TV Box quando decidi comprar.”
Embora elogie o custo-benefício e a diversidade de canais, o consumidor reconhece o aspecto ilegal do serviço. “A parte negativa é que é pirataria. Sei que existem riscos, mas tomo precauções, como evitar colocar informações pessoais no aparelho. Nunca tive problemas e também não conheço quem tenha sido prejudicado por ataques”, relata.
Para ele, a popularização das TV Boxes ilegais é um reflexo direto da dificuldade de acesso a opções de lazer. “A população não consegue ter diversão de qualidade. As coisas estão cada vez mais caras, e ver TV se torna uma das poucas alternativas viáveis. Pelo menos, com a TV Box, isso fica mais acessível”, argumenta.
Ainda assim, a preferência por um serviço legalizado não é descartada, desde que fosse mais condizente com a realidade financeira do brasileiro. “Se o preço fosse justo, eu certamente escolheria um serviço regular”, expõe o usuário.
As declarações revelam um dilema: enquanto os órgãos de regulamentação lutam para combater a pirataria, os consumidores veem nas opções ilegais uma saída para as limitações impostas pelos preços altos.
Para entender a complexidade técnica desses dispositivos e os impactos de seu uso, conversamos com Lucas Matheus, Senior Site Reliability Engineer na fireflies.ai, que destacou aspectos essenciais sobre a operação desses aparelhos.
De acordo com o entrevistado, a configuração de uma TV Box é acessível até para usuários com conhecimentos básicos de tecnologia. “Hoje as TV Boxes geralmente são mais acessíveis até por conta de assinaturas. Para quem tem conhecimento básico de trabalhar com Smart TV, configurar um aparelho é bem simples, porque é basicamente um sistema operacional Android rodando ali”, explica. A configuração geralmente envolve conectar o aparelho à internet e ao televisor via cabo HDMI.
O mercado oferece dispositivos como o MXQ Pro, que é um dos mais populares. Esses aparelhos contam com entradas padrão, como HDMI e USB, e vêm equipados com o sistema Android TV. Além disso, algumas soluções de VPN são usadas para contornar limitações geográficas, possibilitando acesso a conteúdos restritos em determinadas regiões.
Embora pareçam inofensivas, as TV Boxes não homologadas pela Anatel podem representar sérios riscos à segurança cibernética. Lucas alerta que “uma vez que você coloca qualquer dispositivo desconhecido e, principalmente, ilegal dentro da sua rede, seja ela doméstica ou corporativa, você tem um risco de sofrer ataques, ter dados roubados ou qualquer coisa do tipo”.
Além disso, ele menciona a possibilidade de ataques relacionados à mineração de dados e o impacto no desempenho de redes e dispositivos: “Hoje em dia não é só roubo de dados ou alguém colocar um trojan na sua máquina. A gente tem mineração de dados, o que acaba impactando negativamente na qualidade da rede e no uso de processamento.”
Iniciativas como os hackathons promovidos pela Anatel buscam combater a pirataria. No entanto, Lucas avalia que essas medidas enfrentam desafios significativos. “A ideia do hackathon é muito boa para resolver o problema da Anatel, mas não resolve o problema das pessoas. O maior problema não é a pirataria em si, mas a inacessibilidade dos conteúdos.”
Ele aponta que a crescente fragmentação das plataformas de streaming, com a introdução de assinaturas adicionais para acessar conteúdos específicos, tem contribuído para a popularidade das TV Boxes. “Por exemplo, se você quiser assistir a um jogo específico de futebol, tem que assinar um Premier. Você quer assistir lutas, tem que assinar o Combate. Acaba ficando caro, e a TV Box traz isso com uma assinatura só”, explica.
A expansão das TV Boxes, legais ou ilegais, reflete uma mudança no consumo de mídia e nos desafios que surgem com a digitalização dos conteúdos. A conscientização sobre os riscos e a busca por soluções mais acessíveis são necessárias para equilibrar a balança entre segurança, acessibilidade e entretenimento.
Confira abaixo a entrevista na íntegra com o Senior Site Reliability Engineer da fireflies.ai, Lucas Matheus.
Além do Hackathon que ocorreu em setembro deste ano, a Anatel trabalha constantemente para combater o uso de aparelhos de televisão ilegais. De acordo com Lauro Rutkowski, especialista em regulação coordenador de imprensa da Anatel, o trabalho da Anatel não visa proteger os direitos autorais dos produtores audiovisuais ou os direitos de transmissão das operadoras de TV por assinatura. Lauro afirma que a Anatel busca proteger as redes de transmissão e, consequentemente, os usuários que a utilizam. “Nossa preocupação maior é com o risco à rede. Porque por meio de uma caixinha você não sabe o que pode acontecer, pois você está colocando na rede um elemento que talvez ele não tivesse condições de estar ali. Então ele pode trazer algum tipo de risco sistêmico que a gente nunca sabe qual é. Pode ser utilizado para a disseminação de algum vírus, para algum tipo de ataque, a gente não sabe. Por isso que a gente exige a homologação, porque por meio da homologação você tem a garantia de que o equipamento possui as camadas de segurança adequadas para evitar que ele seja usado para o mal. Então o nosso objetivo maior é a preservação da rede e a proteção do consumidor em primeiro lugar.”
Lauro também afirma que não é possível aplicar punições nos provedores de aparelhos de televisão ilegais, pois eles se localizam fora do país e usam mecanismos para mascarar a localização dos sistemas de transmissão. Segundo o especialista, atualmente, a única forma de punição que é executada pela Anatel, em parceria com a Polícia Federal, é por meio da apreensão de produtos. Estas punições ocorrem em pequenas e grandes lojas e também em depósitos de comerciantes que vendem os produtos pela internet. O total de produtos apreendidos pela Anatel já superou a marca de 1,4 milhão de aparelhos. Além disso, a Anatel já incluiu normas que obrigam vendedores de grandes plataformas online a mencionarem o número de homologação dos produtos anunciados. A agência pretende incluir estas normas na venda de “TV Box”, e assim coibir a venda de aparelhos não autorizados.
Devido à dificuldade em impedir a circulação dos aparelhos de televisão ilegais, Lauro explica que a Anatel usa o setor de inteligência da Anatel para aplicar uma estratégia de descredibilização destes produtos. “A gente possui um laboratório contra a pirataria, que possui essas caixinhas ilegais e monitoram os conteúdos que são transmitidos por ela. Então, por um processo de engenharia reversa, a gente obtém os endereços IP, que é o endereço da internet onde as pessoas conseguem assistir a grandes eventos que não deveriam estar disponíveis, pois aquelas pessoas não estão pagando por eles. Então o que acontece é que instantes antes do evento começar, a gente aciona as prestadoras de telecomunicação para que elas impeçam os seus clientes de acessar aquele endereço IP. Então elas bloqueiam aquele acesso porque a caixinha utiliza a internet. E nesse momento o usuário se sente traído porque confiou na caixinha.”
Além das ações de combate às “TV Box” ilegais promovidas pela Anatel, Lauro acredita que a popularização de serviços de Streaming também possa contribuir para a queda nas vendas dos aparelhos ilegais, devido aos valores mais acessíveis cobrados por estas empresas. Junto a isso, a Agência continuará promovendo mais eventos como o Hackathon deste ano, para continuar buscando novas soluções para coibir a circulação de transmissões ilegais.
Por fim, Lauro reforça a importância da conscientização dos consumidores para os riscos trazidos pelos aparelhos de TV ilegais e os convida para acompanhar osite da Anatel e as páginas nas redes sociais, onde são veiculadas as campanhas de conscientização promovidas pela agência.
A comercialização e o uso das “Gatonets” têm gerado preocupação também nas autoridades de policiamento brasileiras, impulsionando ações de combate conduzidas principalmente pela Polícia Civil e Polícia Federal. Esses dispositivos são considerados ilegais por violarem a Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/1998) e a Lei de Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/1996), além de estarem associados a outros crimes, como contrabando e sonegação fiscal.
Em setembro deste ano, a Polícia Civil deflagrou a chamada Operação 404, que se concentrou em bloquear plataformas de streaming ilegais e apreender equipamentos utilizados para viabilizar os serviços clandestinos. Nesta operação foram tirados do ar 675 sites e 14 aplicativos de streaming ilegal, além disso, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão. Oito pessoas foram presas, sendo cinco no Brasil e três na Argentina. O nome da operação faz referência ao “erro 404” que no protocolo de internet, indica que o usuário tentou acessar uma página não encontrada.
No Brasil, a competência para lidar com crimes relacionados aos aparelhos de televisão ilegais depende da natureza da infração. A Polícia Civil geralmente atua em casos de venda e distribuição local desses aparelhos, enquanto a Polícia Federal intervém quando as infrações envolvem redes maiores, contrabando internacional ou crimes cibernéticos associados.
O combate às gatonets não se limita ao território nacional. Muitas redes de distribuição de TV boxes ilegais têm origem em outros países, principalmente na Ásia. Por isso, a Polícia Federal atua em cooperação com agências e autoridades internacionais. A “Operação 404” exemplifica a colaboração internacional no combate à pirataria digital. A ação contou com a participação de mais de cinco países e com a parceria de entidades como a City of London Police, no Reino Unido, e o Instituto Nacional de Defesa da Concorrência e Proteção da Propriedade Intelectual (Indecopi), do Peru, além do apoio de organizações como a Aliança Contra a Pirataria de Televisão Paga e a Motion Picture Association na América Latina.
Além das apreensões de equipamentos, a polícia trabalha em colaboração com a Anatel para identificar redes de distribuição e bloquear o funcionamento de serviços ilegais. O impacto das ações policiais pode ser medido pelo número crescente de apreensões e bloqueios realizados. Segundo dados da Anatel, em 2023, a Polícia Federal e a Receita Federal confiscaram mais de 300 mil dispositivos em portos e pontos de venda pelo país.
Apesar dos avanços nas ações repressivas, o combate às gatonets enfrenta desafios jurídicos consideráveis. A legislação brasileira ainda não é totalmente clara sobre a responsabilização dos consumidores finais, o que limita a abrangência das penalidades. Enquanto vendedores podem ser enquadrados no crime de violação de direitos autorais (Art. 184 do Código Penal), com pena de reclusão de dois a quatro anos, usuários geralmente escapam de punições mais severas.
No outro lado da história, quem trabalha com a venda de aparelhos de TV ilegais, está lucrando cada vez mais com a venda destes produtos. Em camelódromos, lojas de eletrônicos e até mesmo na internet, quem os procura não encontra dificuldades. Segundo um vendedor que preferiu não se identificar, as “TV Box” ilegais são atualmente sua principal fonte de vendas. “Eu conheci estes aparelhos por meio de um colega, que também é vendedor de eletrônicos, há cerca de uns 3 anos. Ele me passou o contato do fornecedor e disse que o produto era promissor, e realmente era. Logo que coloquei as “TV Box” na loja as vendas foram muito boas e com o tempo só aumentaram”, relata o vendedor.
Ele também diz que não há um padrão de comprador, pessoas com diversas idades, condições financeiras e escolaridades o procuram para comprar estes aparelhos. Ele também diz que os compradores estão cientes que o produto é ilegal e é passível de quedas de sinal. Porém, como atualmente no Brasil o serviço de TV por assinatura tem um alto custo e também apresenta problemas técnicos frequentemente, os usuários preferem assumir o risco e comprar um aparelho mais barato.
“Meus compradores vão desde ‘peão de fábrica’ até diretores, normalmente não satisfeitos com os valores e com os serviços das empresas de TV por assinatura. E a minha principal propaganda é o boca a boca, quando alguém gosta do serviço, indica para os parentes e amigos que também me procuram.“, completa.
Segundo a Constituição Brasileira, no artigo 183 da Lei 9.472, de 1997, a venda de aparelhos de televisão ilegais pode se enquadrar no crime de desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação, sendo passível a pena de detenção de dois a quatro anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, e multa de dez mil reais.
O comerciante diz que sabe que a sua prática se enquadra como crime, mas nenhum de seus colegas que também vendem aparelhos de TV ilegais foram presos por este motivo, então não tem medo que seja punido dessa forma. Ele afirma que desde que começou a vender os produtos, apenas presenciou apreensão de carga do seu fornecedor em uma oportunidade, porém apenas perdeu os produtos, pois não foi localizado.
Sobre as avaliações dos produtos, o vendedor afirma que os compradores reclamam das quedas de sinal, porém ainda consideram que as “TV Box” valem a pena. “Vários clientes já me disseram que o aparelho apresentou problema de conexão e que não havia como solicitar suporte. Porém, eles também dizem que quando utilizavam serviços de TV por assinatura, esse problema ocorria da mesma forma. E quando solicitavam um suporte das empresas, recebiam a resposta de que um técnico poderia os auxiliar após dois ou três dias, enquanto o sinal das “TV Box” normalmente retorna após alguns minutos”.
O vendedor ainda diz que acredita que se o serviço das TVs por assinatura fosse de melhor qualidade e com um preço justo, parte de seus clientes iria preferir pagar um pouco a mais para contar com um serviço legalizado. Portanto, diz que apesar de ter consciência que está praticando um crime, não se sente mal, pois está oferecendo um serviço de entretenimento para pessoas que muitas vezes não têm condições financeiras para pagar por ele. “Muitas vezes o cara trabalha o dia inteiro por seis dias na semana e no domingo quer sentar e assistir um jogo do time de futebol dele, mas está passando apenas no Premiere (serviço de Pay-per-view) que custa uma fortuna. Então, com meus produtos, ele consegue curtir um jogo do time dele.’
Os aparelhos de televisão ilegais, “gatonets” ou TV Boxes ilegais, embora representem um problema legal e ético significativo, tornaram-se um fenômeno amplamente presente no cotidiano de muitos brasileiros. A popularidade desses dispositivos, evidenciada pelos dados do levantamento e pela queda constante no número de assinantes de TV a cabo, reflete um cenário em que a acessibilidade financeira e a oferta de conteúdos amplos e diversificados se destacam como atrativos principais para os consumidores.
Do lado dos vendedores, observa-se um mercado paralelo em constante expansão, que muitas vezes opera sob riscos significativos de repressão legal. Por outro lado, as ações da Anatel e das forças policiais têm se intensificado para coibir a comercialização e o uso das TV boxes ilegais, destacando os riscos associados a esses aparelhos, tanto no âmbito jurídico quanto na exposição à insegurança cibernética.
É igualmente importante investir em educação e conscientização, informando a população sobre os perigos e as implicações legais do uso de gatonets. Programas educativos e campanhas podem ajudar a reduzir a demanda por esses dispositivos, ao mesmo tempo em que estimulam o consumo consciente de conteúdo.
Independentemente das questões morais e legais que envolvem esse debate, as gatonets representam um desafio complexo, que reflete não apenas a busca por entretenimento acessível, mas também os dilemas de um mercado de telecomunicações em transformação.
Para além da repressão, o enfrentamento dessa prática exige também uma reflexão sobre como oferecer alternativas legais mais acessíveis e atraentes, atendendo às demandas de um público que, em grande parte, busca apenas acompanhar o ritmo frenético do consumo audiovisual contemporâneo. Modelos inovadores de negócios, como pacotes personalizados de streaming ou planos acessíveis, podem ser uma solução viável para equilibrar a competitividade do setor e desestimular o uso de produtos ilegais.
Primeira Pauta é o jornal-laboratório produzido pelos estudantes do curso de Jornalismo da Faculdade Ielusc.
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Os altos preços cobrados pelas provedoras, insatisfação com a qualidade dos serviços e a indicação de pessoas próximas motivam cada vez mais os consumidores a optarem pelos serviços das TV Boxes ilegais. “Pagava serviços legalizados por anos, mas os valores eram absurdos e não me ofereciam nem 1% do que a TV Box disponibiliza”, conta um consumidor que pediu anonimato. Para ele, o aparelho ilegal tornou-se uma solução acessível para acompanhar sua programação favorita, especialmente jogos de futebol. “Meu interesse principal é assistir partidas. Antes, era quase impossível pagar por pacotes que incluíssem tudo o que eu queria”, explica.
A economia é outro ponto destacado. “Eu gastava doze vezes mais com o serviço regular. Ficar preso a esses custos era insustentável”, acrescenta. A decisão de migrar para o aparelho foi influenciada também pelo comportamento de pessoas próximas. “Aguentei muito tempo, mas a maioria das pessoas que eu conhecia já tinha mudado para a TV Box quando decidi comprar.”
Embora elogie o custo-benefício e a diversidade de canais, o consumidor reconhece o aspecto ilegal do serviço. “A parte negativa é que é pirataria. Sei que existem riscos, mas tomo precauções, como evitar colocar informações pessoais no aparelho. Nunca tive problemas e também não conheço quem tenha sido prejudicado por ataques”, relata.
Para ele, a popularização das TV Boxes ilegais é um reflexo direto da dificuldade de acesso a opções de lazer. “A população não consegue ter diversão de qualidade. As coisas estão cada vez mais caras, e assistir TV se torna uma das poucas alternativas viáveis. Pelo menos, com a TV Box, isso fica mais acessível”, argumenta.
Ainda assim, a preferência por um serviço legalizado não é descartada, desde que fosse mais condizente com a realidade financeira do brasileiro. “Se o preço fosse justo, eu certamente escolheria um serviço regular”, expõe o usuário.
As declarações revelam um dilema: enquanto os órgãos de regulamentação lutam para combater a pirataria, os consumidores veem nas opções ilegais uma saída para as limitações impostas pelos preços altos. “Eu me sinto satisfeito com o custo-benefício do produto. Tenho muito mais canais e por um preço muito menor”, concluiu.
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Primeira Pauta é o jornal-laboratório produzido pelos estudantes do curso de Jornalismo da Faculdade Ielusc.
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