
Dia Nacional dos Direitos Humanos e a realidade de Joinville
Celebrado anualmente em 12 de agosto, o Dia Nacional dos Direitos Humanos reflete sobre a importância da justiça e da igualdade no Brasil. A data foi instituída em 2012 em homenagem a Margarida Maria Alves, uma líder sindical que foi assassinada em 1983 por sua atuação na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais. A ocasião serve também como um momento para analisar o cenário dos direitos humanos em comunidades locais, como Joinville.
Os direitos humanos são um conjunto de normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos. Eles são universais, o que significa que se aplicam a todos, sem exceção. No Brasil, esses direitos são o alicerce da nação, como estabelecido no Artigo 1º da Constituição Federal de 1988, que aponta a “dignidade da pessoa humana” como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
Valdete Daufemback, membro do colegiado do Centro dos Direitos Humanos de Joinville (CDH) e suplente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos/SC, reforça essa visão: “Direitos humanos são para todos e todas, independente de cor, de raça, de etnia, de religião, de classe social. Eles são universais, indivisíveis e interdependentes”.
No entanto, mesmo com avanços legislativos, Joinville apresenta desafios significativos em sua realidade. Para Valdete, “é perceptível um aumento da violência, do discurso de ódio e da intolerância”. Essa conjuntura, segundo ela, atinge de maneira mais severa os grupos historicamente vulnerabilizados. “O público que mais procura o CDH hoje em Joinville é a população em situação de rua, as mulheres, a população negra e a comunidade LGBTQIA+”, detalha.
O Papel do Centro dos Direitos Humanos

Em Joinville, a organização atua há mais de três décadas na promoção e defesa dos direitos fundamentais. Ela desempenha uma função importante no acolhimento de pessoas que tiveram seus direitos violados, oferecendo suporte direto às vítimas, como registro e encaminhamento de denúncias, e é um ponto de referência para grupos vulneráveis.
O CDH também elabora propostas para a solução de problemas estruturais na comunidade, dialogando com diferentes esferas da sociedade para influenciar a criação de políticas públicas que garantam os direitos básicos a todos e buscando contribuir para uma sociedade mais equitativa na cidade.
Apesar dos esforços, ainda há um longo caminho a percorrer. Valdete chama a atenção para a necessidade de avanços em políticas públicas de moradia, saúde, educação e trabalho. “É fundamental que a gente se mobilize, que a gente denuncie as violações e que a gente anuncie a esperança de uma sociedade mais justa”, finaliza. A celebração do Dia Nacional dos Direitos Humanos é, portanto, um chamado à ação, um convite para que cada cidadão se torne um defensor ativo da dignidade humana.