
Joinville inaugura Complexo de Saúde Internacional com atendimento gratuito para crianças com autismo
Pequeno Cotolengo Joinvilense prevê atender 100 crianças por mês com equipe multiprofissional e apoio às famílias
Na manhã deste domingo (17), o bairro Morro do Meio, em Joinville, recebeu a inauguração do Pequeno Cotolengo Joinvilense, instituição voltada ao atendimento gratuito de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A abertura do espaço contou com uma carreata, missa e atividades culturais.
O dia começou com uma carreata que saiu da matriz Nossa Senhora do Caravaggio, às 9h, e seguiu até a sede do Pequeno Cotolengo. Às 10h, uma missa marcou oficialmente a abertura do espaço. Após a cerimônia, a programação incluiu almoço coletivo e um “show de prêmios”.
A unidade joinvilense é a primeira filial fora do Paraná do Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo, presente em 34 países. Considerada uma das 100 melhores ONGs do Brasil e a melhor do Paraná, a instituição tem como pilares o cuidado humanizado e a inovação em saúde, educação e assistência social.
Em Joinville, a unidade prevê atender inicialmente 100 crianças por mês, oferecendo serviços de psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, entre outros, além de oferecer apoio direto às famílias no dia a dia do tratamento.
Desafios e missão da instituição
Segundo o diretor-presidente da instituição, padre Renaldo Lopes, o maior desafio foi encontrar um espaço adequado para sediar o projeto em Joinville. Ele explica que o Pequeno Cotolengo é uma organização vinculada à Congregação de São Luís Orione, ligada à Igreja Católica, que sempre teve como objetivo atuar nas periferias das grandes cidades, o que guiou a escolha do terreno no Morro do Meio.
O padre destacou também que o atendimento será totalmente gratuito, seguindo a orientação do fundador da congregação, São Luís Orione. “O nosso fundador sempre orientou que todo serviço da congregação precisa ser gratuito, voltado às pessoas mais carentes”, afirma.
Quanto à seleção das crianças, ele adiantou que a instituição mantém diálogo com a Prefeitura de Joinville e que a triagem deverá ser feita a partir das listas de espera já existentes nas áreas de saúde, educação e assistência social.


De acordo com o diretor executivo, Diogo Azevedo, o atendimento gratuito será garantido por meio de convênios com o SUS, parcerias institucionais, doações, eventos beneficentes e projetos via leis de incentivo fiscal. “Todo o processo é conduzido com total transparência, com relatórios financeiros e de impacto social, garantindo que cada recurso seja aplicado de forma responsável”, explicou.
Diogo ressaltou que a comunidade terá papel fundamental na manutenção do projeto, podendo contribuir com doações, participação em eventos beneficentes ou voluntariado.
Sobre o funcionamento da unidade, ele adiantou que a rotina será baseada em atendimentos especializados para crianças com TEA, deficiência intelectual e reabilitação física, aplicando terapias como ABA, Pediasuit e Bobath com foco no cuidado individualizado e no desenvolvimento de cada paciente. A Equoterapia será oferecida em uma segunda etapa.
Atendimento especializado e apoio às famílias
Tiago Kuchnir, diretor técnico, destacou que o maior cuidado na preparação da equipe foi selecionar profissionais com formação específica para atender crianças com TEA. “Não é porque alguém é psicólogo ou fonoaudiólogo que está automaticamente apto a esse atendimento. Exigimos formação e experiência específicas para garantir qualidade máxima no cuidado”, explica.
O diretor ressaltou a importância da parceria com as famílias, que terão suporte contínuo, inclusive com profissionais de psicologia, para orientar os cuidados e exercícios realizados em casa: “A presença da equipe para apoiar as famílias é fundamental para o sucesso do tratamento e para o desenvolvimento das crianças”.
Ele explicou que os resultados esperados nos primeiros meses são rápidos e significativos, beneficiando o maior número possível de crianças.
As crianças chegam com ânsia de aprender e de conviver melhor em sociedade. Nossa expectativa é trazer o maior benefício possível, contando também com o apoio da população.
Tiago Kuchnir
Para Vania Schimerski, 51 anos, mãe atípica e ativista na área há mais de 20 anos, a chegada do Pequeno Cotolengo a Joinville representa esperança e acolhimento. “Conheço o trabalho sério da instituição em Curitiba. Ver essa inauguração em nossa cidade me traz felicidade, porque sei que aqui as crianças e famílias terão acesso a um atendimento humanizado. Essa expectativa de rede de apoio me dá esperança no futuro”.
Para os organizadores, a presença da população reforça a ligação da instituição com a comunidade local e mostra o impacto que o Pequeno Cotolengo Joinvilense terá na vida das crianças e de suas famílias.

Serviço
Local: Estrada do Barbante, 733, Bairro Morro do Meio
Contato: (47) 9 9254-2350
Instagram: @cotolengojoinville