
Udesc Joinville completa 60 anos de excelência no ensino
Há seis décadas, cidade viu nascer um dos maiores centros de ensino tecnológico do Sul do Brasil. Hoje, conhecido pela sigla CCT, é referência no ensino, pesquisa e inovação
A primeira escola de ensino superior de Joinville virou referência. E mais do que isso, se tornou o maior centro da Universidade do Estado de Santa Catarina. Tradição, competência e inovação caminham juntas nesse campus que forma profissionais e impulsiona o desenvolvimento da região norte catarinense. A universidade é a oitava melhor entre 56 instituições e institutos federais do sul do Brasil. Recentemente, pelo sexto ano seguido, a Udesc também foi listada entre as melhores do mundo pelo ranking da Times Higher Education.
O diretor geral do Centro de Ciências Tecnológicas da Udesc Joinville, que está há cerca de 20 anos na instituição e já exerceu os cargos de diretor de administração, diretor de ensino, pró-reitor de planejamento e vice-reitor, Leandro Zvirtes, comenta a importância da universidade hoje: “A importância da Udesc é enorme. Na transformação das pessoas, na vida das pessoas, acho que muda significativamente quem ingressa na universidade, quem dali se forma, auxilia e ajuda a transformação da sociedade. Do desenvolvimento da nossa economia regional, toda a parte socioeconômica.”
O diretor geral também fala sobre a quantidade de cursos oferecidos aqui em Joinville pela Udesc: “São 60 cursos de graduação, nós temos 9, então aqui em Joinville nós temos quase 15% desses cursos de toda a universidade. Em termos de cursos de pós-graduação dos 60, nós temos 16 aqui em Joinville, são quase 30% dos cursos aqui no CCT”
História e evolução ao longo dos anos
Tudo começou como um processo, que foi o de construção da descentralização do Ensino Superior, em 1956, com um conjunto de pessoas influentes, como o Centro de Engenheiros de Joinville, cobrando o governador da época, Jorge Lacerda. Ele descentralizou o ensino superior, que estava restrito às capitais e todo aquele movimento frutificou. Em 1965 foi criada a Udesc, as aulas iniciaram no dia 1º de agosto de 1965, logo após a aula magna, que foi no dia 31 de julho, no Harmonia Lyra. Desde então foi um processo de implementação dos primeiros cursos e de consolidação na cidade.
O reitor da Udesc, o professor José Fernando Fragalli, que está na universidade há mais de 30 anos, comenta sobre a evolução ao longo dos anos: “Quando vim a Joinville e participei do concurso público que me propiciou ser parte permanente do corpo de professores da Udesc, encontrei um Centro de Ciências Tecnológicas lá no Bom Retiro bastante acanhado em relação ao que temos hoje. Mas o que não havia era a falta de disposição dos professores, do corpo técnico e também de todos os estudantes de realmente fazer a universidade crescer. Tínhamos na época menos de cinco programas de pós-graduação, hoje temos mais de 30, o que mostra que realmente a universidade se expandiu fortemente”.

Durante estas seis décadas de história, mais de 9,5 mil profissionais saíram das salas de aula da Udesc Joinville, prontos para atuar em áreas como engenharia civil, mecânica, elétrica, e também física, química, computação e muito mais.
Hoje, 220 professores e 90 técnicos se dedicam diariamente a um ambiente que abriga mais de 2,8 mil alunos. Na zona industrial da cidade, uma estrutura de mais de 61 mil metros quadrados abriga 17 edificações, incluindo ginásio de esportes, restaurante universitário e laboratórios.
Novas tecnologias mostram futuro promissor
Atualmente, a Universidade do Estado de Santa Catarina, por meio do Centro de Ciências Tecnológicas e do Grupo de Automação de Sistemas e Robótica, está investindo fortemente no desenvolvimento de tecnologias robóticas voltadas ao interesse público. Um dos destaques dessa nova fase é a aquisição do robô quadrúpede Unitree B2-XF2-A, equipamento de ponta projetado para atuação em ambientes hostis e situações de calamidade, como zonas de desastre, colapsos estruturais, áreas de difícil acesso e ambientes inóspitos.

O robô será integrado às pesquisas do Laboratório de Sistemas Autônomos e Robótica Móvel, que fica na Udesc Joinville. A proposta é utilizá-lo como plataforma para o desenvolvimento de soluções que possam apoiar operações de busca e salvamento, ampliando a segurança e a eficiência das equipes envolvidas.
O professor do Departamento de Engenharia Elétrica da instituição Douglas Bertol fala sobre a iniciativa de comprar o robô: “ A ideia é a gente trazer tecnologias que estão em voga no mundo inteiro, como humanoides, robôs quadrúpedes, outros robôs móveis com rodas, para aplicações, além de nacionalizar a ideias aqui. Existe aquela falácia de que o robô só vai para a indústria ou serviço de casa, mas esse vai para o bem da sociedade, que é uma coisa que a universidade pública preza, retornar o investimento feito pela população”.
Considerando situações como deslizamentos de terra, colapsos de edificações, incêndios ou outros desastres, os primeiros minutos são cruciais para o resgate de vítimas. Porém, esses ambientes frequentemente apresentam riscos extremos à integridade física dos socorristas. Nesse contexto, o robô se mostra uma ferramenta poderosa, já que sua estrutura e mobilidade avançada permitem que ele opere em locais inacessíveis ou perigosos para humanos, fornecendo dados em tempo real e explorando áreas com segurança.
“Por ser telecomandado, ele tem um controle com uma câmera. Então, por exemplo, o equipamento verifica ou vê se tem algum outro foco de incêndio, juntamente com uma câmera de temperatura. Caso tenha, ele faz um primeiro ataque nesse lugar de calamidade, para que alguém dos bombeiros saiba quais são os riscos e se deve mandar uma pessoa pra lá ou não.” Complementa o professor Douglas Bertol.
Este investimento representa mais que um avanço tecnológico, é uma reafirmação do papel da Udesc como instituição pública comprometida com a inovação e com o bem-estar da população catarinense.