Dia nacional do doador de sangue reforça importância do gesto
Data destaca importância da doação regular e dá voz a quem mantém os estoques ativos
O Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado em 25 de novembro, lembra a necessidade de manter os estoques estáveis ao longo do ano. A data foi estabelecida em 1964 pelo decreto de Lei nº 53.988, para valorizar quem doa e incentivar novos voluntários em um período marcado pela queda nas coletas.
A doação de sangue garante o atendimento em cirurgias, emergências e tratamentos contínuos. De acordo com o Hemosc (Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina), de janeiro a outubro de 2025 foram registrados 142.879 candidatos a doação em Santa Catarina, um número positivo, porém com a proximidade do fim de ano Hemocentros de todo o País registram uma redução no número de doações, quando viagens e festas afastam voluntários, mas a demanda por transfusões permanece estável.
Segundo informações do Hemosc, o estoque atual está em alerta para os tipos A negativo, A positivo e O negativo. O tipo B positivo está reduzido, B negativo e AB negativo encontram-se estáveis, e o AB positivo está considerado adequado.
Doadores frequentes reforçam que o gesto é simples e seguro. Muitos relatam que começaram movidos por situações vividas na família. As experiências funcionam como incentivo para quem ainda não decidiu doar.
A vendedora interna Monise Speck, 36, doa sangue há três anos. Ela conta que a decisão surgiu quando o pai passou por uma cirurgia e precisou de transfusão. “Foi aí eu vi a necessidade que era, e o quanto era importante”, disse. Monise afirma que a doação é um ato de ajuda a quem precisa. “Sangue pra nós, a gente tem de sobra. Então é o momento, é o minuto, minuto não, dá meia hora que a gente vai lá e doa o nosso tempo com o próximo e pode salvar uma vida.”
Já a bióloga Beatriz Mendes, 23, é doadora há dois anos. Ela explica que sempre teve vontade de doar, mas nunca tinha ido a um hemocentro. A primeira doação ocorreu após uma emergência familiar, quando o tio precisou de sangue para uma cirurgia. “Eu percebi que as pessoas precisavam dessa doação”, disse. Beatriz reforça que pretende manter a regularidade. “É um ato muito simples, que você pode ir ali salvar uma vida, de um pai, uma mãe, de alguém”, afirmou.
O caminhoneiro Junior Caprini, 47, doa sangue há dez anos. Ele conta que decidiu começar após o irmão sofrer um acidente de moto e precisar de transfusão para passar por uma cirurgia. Mesmo depois de tantos anos, Junior continua doando regularmente. Afirma que, além de ter ajudado um familiar naquele momento, segue motivado pela vontade de fazer o bem ao próximo. “Pra mim, isso é salvar uma vida”, disse.
Quem pode doar e como funciona o processo

O Hemosc segue critérios do Ministério da Saúde. Podem doar pessoas entre 16 e 69 anos, com mais de 50 quilos, em boas condições de saúde. Jovens de 16 e 17 anos precisam de autorização dos responsáveis. Homens podem doar a cada dois meses; mulheres, a cada três.
O voluntário passa por triagem clínica, medição de pressão e verificação de sinais vitais. Após a coleta, recebe orientação sobre alimentação e hidratação. A doação é totalmente segura, com uso de material esterilizado e descartável.
O agendamento pode ser feito pelo site do Hemosc ou por telefone. Em Joinville, a unidade atende de segunda a sábado.
A estudante de enfermagem Bruna Mifune, 23, afirma que a doação de sangue é um ato fundamental para salvar vidas e tem impacto direto na saúde pública. Para ela, incentivar a população a doar é essencial e envolve empatia e responsabilidade social. Bruna destaca que atitudes simples ajudam a aproximar novos voluntários, como oferecer informações claras, atendimento humanizado e mostrar o impacto real da doação. Segundo a estudante, campanhas em redes sociais e outros meios de comunicação, com linguagem acessível, têm potencial para criar confiança e motivar quem nunca doou, reforçando que o procedimento é seguro e rápido. “Não deixe que o medo seja maior do que a gratidão de salvar vidas”, afirmou.
Doação de medula também salva vidas
A doação de medula óssea é outro gesto capaz de salvar pacientes que enfrentam leucemias, linfomas e outras doenças do sangue. O cadastro é simples e pode ser feito no Hemosc de Joinville. O voluntário doa uma pequena amostra de sangue, que permite identificar suas características genéticas. Os dados são inseridos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, o Redome.
A probabilidade de compatibilidade entre pessoas que não têm vínculo familiar é baixa. Por isso, é importante destacar que ampliar o número de cadastrados aumenta as chances de pacientes encontrarem um doador. Quem for chamado para a doação passa por exames complementares e recebe todas as orientações médicas antes do procedimento.
Segundo o Hemosc, podem se cadastrar pessoas entre 18 e 35 anos, em boas condições de saúde. O cadastro é único e vale para todo o País. A doação ocorre apenas se houver um paciente compatível, o que pode levar meses ou anos. Para muitos pacientes, representa a única chance de cura.
Praça em Joinville recebe iluminação pelo Dia do Doador
Em referência ao Dia Nacional do Doador de Sangue, cidades catarinenses terão monumentos iluminados de vermelho para reforçar a importância da doação. A ação ocorre em Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Lages e Joinville, onde o ponto escolhido é a Praça Bailarina Liselott Trinks. A iluminação será feita durante a semana do dia 25 à 29, como símbolo da vida e do gesto de doar.
Edição vídeo: Mahyara Luiza