Valor da gasolina aumenta em SC
O preço do litro da gasolina em Santa Catarina subiu substancialmente em 2021. Com o aumento, motoristas estão gastando, em média, R$ 318 para encher o tanque nos postos do país. Contabilizando de janeiro a novembro, o acréscimo foi de 40% no preço médio no Estado. Apenas em novembro, o combustível apresentou alta de 21%. Este é o sétimo mês consecutivo com aumento, sendo a última baixa apenas em abril. A cotação elevada no dólar é a principal culpada pelos preços exorbitantes.
O valor de venda utilizado pela Petrobras segue o valor do petróleo no mercado e a variação cambial. Com a desvalorização do real em 2021 e alta considerável do dólar, cambiado a R$ 5,61 nesta quarta-feira (24), os valores dos combustíveis dispararam.
O preço da gasolina é formado pelo valor cobrado nas refinarias (Petrobras), tributos federais (Cofins, Cide e PIS/Pasep), estaduais (ICMS) e valor de distribuição e revenda nos postos de combustíveis. Além disso, 27% de etanol está presente na gasolina, porém seu preço é calculado de outra forma.
Desde 2016, a Petrobras considera o preço do petróleo do mercado internacional, em dólar, para cobrar o valor cobrado pelas refinarias brasileiras. Neste caso, a alta foi provocada principalmente por condições climáticas, como secas e geadas, que diminuíram a produção de cana de açúcar, usada para fabricação do combustível.
Para tentar conter o avanço no Estado, o governo de Santa Catarina, em conjunto com outros estados, optou por congelar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por 90 dias, entre 1° de novembro de 2021 e 31 de janeiro de 2022. Esta medida, no entanto, não garante que os preços se manterão fixos neste período. A Petrobras pode continuar reajustando os preços dos combustíveis nas refinarias. Apenas em 2021, 15 reajustes foram feitos e apenas quatro deles apresentaram quedas no preço da gasolina.
Para o professor de economia e consultor de treinamentos em empresas Ulises Jacinto Garrido, a situação futura não traz tanta esperança para a população brasileira. “Infelizmente os preços vão continuar neste patamar e pode aumentar ainda mais em função do momento de pandemia e a instabilidade dos mercados”, conta.
A gasolina não é o único combustível com aumentos acima da inflação registrada em 2021. O diesel apresentou alta acumulada de 47,35%. Já o etanol teve alta ainda maior, 70,25%. Para tentar frear os gastos, joinvilenses estão utilizando outros meios para se locomover, como a bicicleta.
Falta infraestrutura na Cidade das bicicletas
Os ciclistas de Joinville sofrem para se locomover com segurança na cidade. Mudanças em ciclovias de algumas das principais avenidas e a desativação da ciclovia na rua Albano Schmidt são alvos de reclamações dos usuários das bicicletas. A falta de atenção dos motoristas e a limitada sinalização complicam ainda mais a situação.
O Pedala Joinville é uma associação que visa ajudar nas medidas de locomoção urbana e promover passeios ciclísticos na cidade. Segundo o presidente da organização, Arquelau Bonifácio, a cidade oferece uma condição que está longe do ideal. “Diria que ainda falta melhorar muito as ciclofaixas. Ainda temos poucas ciclovias e as que existem não estão conectadas. Ciclorrotas praticamente não existem”, afirma Bonifácio.
As ciclorrotas citadas por Arquelau são trajetos recomendados para os ciclistas. Elas não precisam ser sinalizadas como as ciclovias. A primeira ciclorrota de Joinville foi instalada apenas em outubro de 2017, recente para o lugar apelidado de “Cidade das Bicicletas” na década de 50.
Segundo divulgado no relatório Joinville em Dados de 2020, elaborado pela Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Joinville conta com mais de 180 quilômetros de vias destinadas aos ciclistas. Ciclofaixas formadas por 150 quilômetros, seguido por 14 quilômetros de ciclovia. O número é considerado pequeno para quem usa esse meio de transporte.
O estudante Fred Romano, 20 anos, é um dos milhares de brasileiros que utilizam a bicicleta como meio de transporte. Segundo o mesmo, a falta de ciclofaixas e árvores mal cuidadas atrapalham os ciclistas. “No centro da cidade, por exemplo, muitas vezes não há ciclofaixas, o que me faz utilizar a calçada”, explica. “E quando eu utilizo ela como ciclista, eu coloco os pedestres em perigo.”
Arquelau também citou a falta de atenção de motoristas e motoqueiros em relação aos ciclistas. “Os problemas ficam por conta da falta de campanhas educativas de uma forma geral. O respeito com a vida precisa estar presente na cabeça das pessoas”, comenta.