Festas da cerveja iniciam em Santa Catarina
Terceira edição de festival Oktober Day abre portas para a Oktoberfest
Dia 20 de setembro iniciou a Oktober Day que aconteceu na Associação Desportiva Embraco (ADE ) em Joinville. Foram três dias de evento com comidas típicas, chopp Millebier e uma variedade de atrações musicais. O estacionamento e a entrada foram gratuitos e a festa também contou com espaço kids. As comemorações encerraram no dia 22.
Em Joinville, a tradição de festas que celebram a cerveja começou com a vinda do suíço Albrecht Schmalz ao Brasil com os imigrantes em 1852. Ele trouxe equipamentos para a produção de cerveja e montou a cervejaria Schmalz em sua própria casa, localizada na rua hoje conhecida como Visconde de Taunay. A partir disso, a produção apenas aumentou, com a fundação de cervejarias no município, como a Cervejaria Tiede, que mais tarde tornou-se Cervejaria Catharinense, a maior de Santa Catarina. Em 1948, a Catharinense foi comprada pela Antarctica e deixou de ser artesanal. Na década de 1970, a empresa transformou-se em Companhia Sulina de Bebidas Antarctica, com sede em Joinville, e teve sua produção intensa até 1998, quando integrou-se à Ambev. Joinville, que era uma referência na produção da bebida, ficou sete anos sem desenvolvimento na área.
Inovação cervejeira com raízes joinvilenses
A Opa Bier, que desde 2006 busca resgatar a tradição cervejeira da cidade, tem se destacado não só por sua produção local, mas por iniciativas sustentáveis e inovadoras. A cervejaria lançou recentemente uma cerveja feita com 100% de lúpulo cultivado em Joinville. O gerente de marketing da Opa, Eduardo Mira, explica que a empresa criou fazendas sustentáveis que utilizam a economia circular. “Os subprodutos, como o bagaço do malte, são reaproveitados na ração do rebanho da fazenda Opa. A matéria orgânica do gado serve como adubo para o cultivo do lúpulo, que é colhido e transportado até a fábrica”, coment.
Essa iniciativa não só fortalece a produção local, mas também coloca Joinville em uma posição única no cenário cervejeiro brasileiro. “Conseguimos desenvolver uma cultura que praticamente não existia no Brasil, adaptando o lúpulo ao clima tropical. Aqui em Joinville, teremos três colheitas por ano, o que nos diferencia de outros países que só têm uma colheita anual”, complementa o gerente.
Paixão pela cultura cervejeira
Blumenau, a capital da cerveja, também tem sua influência nas festas cervejeiras de Santa Catarina. Jaciel Nazario, 35 anos, morador de Blumenau e frequentador assíduo da Oktoberfest, compartilhou sua experiência: “Como um bom blumenauense, temos o festival brasileiro e a Oktoberfest, então fica tudo mais justificável. Mas eu gosto do combo: cerveja (chopp), festa, cultura e gastronomia”.
Jaciel começou a frequentar a Oktoberfest em 2004 e desde então não perde uma edição. Ele revelou que nas últimas festas tem buscado cervejas artesanais locais: “Sempre busco a Holzbier de Fraiburgo”. Quando questionado sobre o que mais aprecia nas festas de cerveja, ele destacou: “Hoje em dia, estar entre amigos, bagunça e chopp é o que mais curto”.
As festas que celebram a cerveja, portanto, vão além da bebida – elas são uma manifestação cultural que conecta história, tradição e diversão.
Texto: Ketlin Ribeiro, Camila Vieira, Suyane Urbainski, Taynara Procópio, Alysson Martins Castro e Maria Helena Kalfeld.