Brinquedos que marcaram gerações: Uma viagem pela infância neste Dia das Crianças
“Quero é mais brincar, eu quero ser criança…” A clássica canção Uni-Duni-Tê, do grupo Trem da Alegria, remete uma época em que as ruas eram o palco das brincadeiras memoráveis. Correr, pular corda ou disputar partidas de bolinha de gude eram atividades simples que deixaram marcas profundas na infância de muitas gerações. Neste Dia das Crianças, o Primeira Pauta preparou uma lista especial de brinquedos e brincadeiras que atravessaram o tempo, despertando a saudade de um período em que brincar significava imaginação.
Brinquedos sempre foram protagonistas na infância. Bonecas de pano, costuradas com carinho, acompanhavam as aventuras imaginárias. Carrinhos de miniatura, como os famosos Hot Wheels, lançados em 1968, ainda fazem parte da memória de quem criava pistas de corrida improvisadas pela sala. E quem nunca transformou um jogo de panelas e uma colher de pau em uma bateria improvisada? Era o início de um show!
Para Raulina Hansen, de 64 anos, as brincadeiras de rua eram o centro de sua diversão. “A gente quase nem tinha brinquedo. Era mais boneca de pano e bola, mas a diversão mesmo era brincar com barro, pular corda, amarelinha, subir em árvores, era muito legal”, relembra. Raulina descreve uma infância em que a rua era o quintal das crianças e a imaginação o motor que movia as brincadeiras.
Sem a variedade de brinquedos que existe hoje, as crianças se reinventavam e criavam seus próprios passatempos. Entre os mais populares estavam o pião, com o qual competiam para ver quem o fazia rodar por mais tempo, e a peteca, que garantia diversão e exercício nas intensas disputas. Raulina também recorda com nostalgia as corridas de carrinho de rolimã, quando desciam as ladeiras com coragem: “A gente descia as ladeiras sem medo”.
Anna Bibow, de 19 anos, que recentemente deixou a infância para trás, compartilha o impacto das bonecas em seu desenvolvimento. “Meu brinquedo favorito era uma boneca chamada Érica, mas também amava Barbie e Polly. Tudo o que envolvia cuidar, trocar roupinha e pentear o cabelo eu adorava. Tinha cerca de 36 Barbies, e elas me inspiravam, porque tinham várias profissões. Queria ser como elas”, conta.
Desde seu lançamento em 1959, a Barbie teve um impacto profundo nas gerações, oferecendo às meninas a possibilidade de sonhar com futuros além dos estereótipos tradicionais. Ao longo dos anos, a boneca assumiu diferentes profissões e representou várias culturas, mostrando que não havia limites para o que as crianças poderiam imaginar. Astronauta, médica, presidente ou engenheira, a Barbie inspirou sonhos ambiciosos em meninas ao redor do mundo.
Brincadeiras atuais
Hoje, as novas gerações também contam com a tecnologia em suas brincadeiras. Os irmãos Catarina Souza Barbosa, de 7 anos, e Henrique Souza Barbosa, de 9, misturam o antigo com o moderno. Catarina gosta de jogar online no celular, mas seu brinquedo favorito é o patins, que ela usa para passear pelas ruas. Se pudesse criar um brinquedo, escolheria um cachorro de estimação. Já Henrique prefere o futebol e está sempre com sua bola, pronto para uma partida com os amigos. Ele também sonha com um robô que jogasse bola com ele.
Com o tempo, alguns brinquedos ganharam versões modernas, mas mantiveram sua essência. O Lego, por exemplo, continua sendo um dos mais populares, evoluindo ao longo dos anos sem perder a capacidade de estimular a criatividade. A Barbie se reinventou para refletir mudanças culturais, e o jogo de cartas Uno, embora mais recente, provou que a diversão não tem idade.
Resgatar as memórias da infância vai além da nostalgia, é uma forma de manter viva a essência de ser criança, mesmo na vida adulta. Essas lembranças nos conectam a uma época em que a simplicidade trazia imensa alegria, e nos ensinam que o espírito lúdico nunca deve ser esquecido. Afinal, ser criança é permitir que a imaginação sempre floresça, em qualquer fase da vida.